Não é justo!
Num país como o nosso, pequenininho, a atravessar uma crise crónica (já nã é atravessar. É estagnar na crise) ainda nos vêm retirar um dos poucos meios de resistir contra a adversidade?
Não é que lá para a zona de Óbidos encontraram uma vivenda com explosivos, detonadores e os passaportes de 2 presumíveis parvos, digo, etarras?
As autoridades portuguesas dizem que eram cerca de 700 kg. Porém, o Ministro do Interior espanhol diz que eram 1500 kg (pelos vistos está melhor informado que nós). Afirma ainda que aquela vivenda era uma autêntica fábrica de bombas terroristas.
A discrepância do peso não me incomoda muito. Alguém seria muito bem capaz de desviar umas bananas de dinamite para ir pescar à foz do Arelho, que fica logo ali e não incomoda ninguém, só os peixes e os guardas-florestais...
Mas encerrarem-nos uma fábrica! Inadmissível.
E logo uma vocacionada para a exportação para Espanha, que como todos nós sabemos é o nosso maior mercado externo? Inconcebível.
E depois vem o nosso Primeiro que diz com todas as letras que temos que pensar grande, que temos que expandir.
E fecham-nos a fábrica!
Não é, decididamente, justo!